O Evangelho Eterno
Cristo nossa justiça
Romanos 1: 16. Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego.
Mateus 24:14. E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim.
Marcos 1:15. E dizendo: O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo. Arrependei-vos, e crede no evangelho.
Apocalipse 14:6. E vi outro anjo voar pelo meio do céu, e tinha o evangelho eterno, para o proclamar aos que habitam sobre a terra, e a toda a nação, e tribo, e língua, e povo,
Cristo, o caminho da vida
“Veio Jesus para a Galiléia, pregando o Evangelho do reino de Deus, e dizendo: O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo. Arrependei-vos, e crede no Evangelho.” Marcos 1:14-15.
O arrependimento associa-se à fé, e o evangelho insta em que é necessário para a salvação. Paulo pregou o arrependimento. Diz ele: “Nada, que útil seja, deixei de vos anunciar, e ensinar publicamente e pelas casas, testificando, tanto aos judeus como aos gregos, a conversão a Deus e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo.” Atos 20:20-21. Sem arrependimento não há salvação. Nenhum pecador impenitente pode crer com o coração para a justiça. Romanos 10:10.
O arrependimento é por Paulo descrito como uma piedosa tristeza pelo pecado, a qual “opera arrependimento para a salvação, da qual ninguém se arrepende”. 2 Coríntios 7:10.
Este arrependimento não tem em si coisa alguma da natureza do mérito, mas prepara o coração para a aceitação de Cristo como único Salvador, única esperança do pecador perdido. Ao considerar o pecador a lei, sua culpa se lhe torna clara, e lhe impressiona a consciência, e ele é condenado. Seu único conforto e esperança encontra-os em olhar à cruz do Calvário. Ao aventurar-se a crer nas promessas, tomando a Deus em Sua palavra, vêm-lhe à alma alívio e paz. Clama: “Senhor, Tu prometeste salvar a todos que se achegam a Ti em nome de Teu Filho. Sou uma alma perdida, desajudada e sem esperança. Senhor, salva-me, ou pereço!” Sua fé se apodera de Cristo, e ele é justificado diante de Deus. Mas, embora Deus possa ser justo e ao mesmo tempo justificar o pecador, pelos méritos de Cristo, homem algum pode cobrir sua alma com as vestes da justiça de Cristo, enquanto comete pecados conhecidos, ou negligencia conhecidos deveres. Deus requer a completa entrega do coração, antes que possa ocorrer a justificação; e para que o homem conserve essa justificação, tem de haver obediência contínua, mediante ativa e viva fé que opera por amor e purifica a alma. Tiago escreve acerca de Abraão e diz: “Porventura o nosso pai Abraão não foi justificado pelas obras, quando ofereceu sobre o altar o seu filho Isaque? Bem vês que a fé cooperou com as suas obras, e que pelas obras a fé foi aperfeiçoada. E cumpriu-se a Escritura, que diz: E creu Abraão em Deus, e foi-lhe isso imputado como justiça, e foi chamado o amigo de Deus. Vedes então que o homem é justificado pelas obras, e não somente pela fé.” Tiago 2:21-24. A fim de que o homem seja justificado pela fé, esta tem de chegar ao ponto em que controle as afeições e impulsos do coração; e é pela obediência que a própria fé se aperfeiçoa.
Fé, condição da promessa
Sem a graça de Cristo acha-se o pecador em estado desesperador; coisa alguma pode ser feita em seu favor; mas pela graça divina é comunicado ao homem poder sobrenatural, que opera em seu espírito, coração e caráter. É pela comunicação da graça de Cristo que se discerne o pecado em sua natureza odiosa, sendo afinal expulso do templo da alma. É pela graça que somos levados em comunhão com Cristo, para com Ele sermos associados na obra da salvação. A fé é a condição sob a qual Deus houve por bem prometer perdão aos pecadores; não que exista na fé qualquer virtude pela qual se mereça a salvação, mas porque a fé pode prevalecer-se dos méritos de Cristo, o remédio provido para o pecado. A fé pode apresentar a perfeita obediência de Cristo em lugar da transgressão e rebeldia do pecador. Quando o pecador crê que Cristo é seu Salvador pessoal, então, de acordo com as Suas promessas infalíveis, Deus lhe perdoa o pecado e o justifica livremente. A alma arrependida reconhece que sua justificação vem porque Cristo, como seu substituto e penhor, morreu por ele, e é sua expiação e justiça.
“Creu Abraão a Deus, e isso lhe foi imputado como justiça. Ora àquele que faz qualquer obra não lhe é imputado o galardão segundo a graça, mas segundo a dívida. Mas àquele que não pratica, mas crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça.” Romanos 4:3-5.
Justiça é obediência à lei. A lei requer justiça, e esta o pecador deve à lei; mas é ele incapaz de a apresentar. A única maneira em que pode alcançar a justiça é pela fé. Pela fé pode ele apresentar a Deus os méritos de Cristo, e o Senhor lança a obediência de Seu Filho a crédito do pecador. A justiça de Cristo é aceita em lugar do fracasso do homem, e Deus recebe, perdoa, justifica a alma arrependida e crente, trata-a como se fosse justa, e ama-a tal qual ama Seu Filho. Assim é que a fé é imputada como justiça; e a alma perdoada avança de graça em graça, de uma luz para luz maior. Pode dizer, alegremente: “Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a Sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo, que abundantemente Ele derramou sobre nós por Jesus Cristo nosso Salvador; para que, sendo justificados pela Sua graça, sejamos feitos herdeiros segundo a esperança da vida eterna.” Tito 3:5-7.
Mais: Está escrito: “Mas, a todos quantos O receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; aos que crêem no Seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus.” João 1:12-13. Disse Jesus: “Aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.” João 3:3.
“Aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus.” João 3:5. Não é baixa a norma que nos é posta em frente, pois devemos tornar-nos filhos de Deus. Devemos ser salvos como indivíduos; e no dia da prova seremos capazes de discernir entre aquele que serve a Deus e o que O não serve. Somos salvos como crentes individuais no Senhor Jesus Cristo. Muitos estão a perder o caminho certo, por pensarem que têm de alçar-se ao Céu; que têm de fazer algo para merecer o favor de Deus. Procuram tornar-se melhores por seus próprios esforços, desajudados. Isso jamais conseguirão realizar. Cristo abriu caminho morrendo como nosso sacrifício, vivendo como nosso exemplo, tornando-Se nosso grande sumo sacerdote. Diz Ele: “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida.” João 14:6.
Se por qualquer esforço nosso pudéssemos subir um único degrau na escada, as palavras de Cristo não seriam verdadeiras. Mas quando aceitamos a Cristo, as boas obras aparecerão, como frutífera prova de que nos achamos no caminho da vida, que Cristo é nosso caminho, e que estamos palmilhando a vereda certa, que conduz ao Céu.
Ele se torna nossa justiça
Cristo olha ao espírito [com que fazemos as coisas], e quando nos vê levando nossa carga com fé, Sua santidade perfeita faz expiação por nossas faltas. Quando fazemos o melhor possível, Ele Se torna nossa justiça. Requer todo raio de luz que Deus nos envia, o tornarnos a luz do mundo.— Carta 33, 1889.
Do Livro: Mensagens Escolhidas 1 Pagina 342-345
Uma mensagem para o mundo inteiro
Não apenas estava no propósito de Deus apresentar esta mensagem de Justificação Pela Fé perante sua igreja; ela deveria ser levada ao mundo. E finalmente, é declarado ser a "terceira mensagem angélica que deve ser proclamada com alto clamor e regada com o derramamento de Seu Espírito em grande medida." É evidente que a aplicação desta mensagem não se limitava à época da Assembléia de Minneapolis, mas sua aplicação se estende ao encerramento do tempo; e consequentemente é da maior significação para a igreja na atualidade do que podia ter sido em 1888. Quanto mais nos aproximamos do grande dia de Deus, mais imperativa será a necessidade da obra de purificação de alma que esta mensagem foi designada a cumprir. Certamente temos toda razão para um estudo renovado e pleno, e proclamação desta mensagem. As mensagens e providências de Deus são sempre ricas de significado. São sempre necessárias para o cumprimento da obra particular com a qual se relacionam. Ele as ordena para o cumprimento de Seus propósitos. Não podem ser postas de lado. Não podem falhar. Mais cedo ou mais tarde serão compreendidas, aceitas, recebendo seu lugar apropriado. Portanto, é de se esperar que à mensagem de Justificação Pela Fé, que veio tão definidamente à igreja em 1888, seja atribuida posição dominante no período de encerramento do grande movimento ao qual estamos ligados.
Do Livro:” CRISTO NOSSA JUSTIÇA” de Arthur G. Daniells
Cristo nossa justiça
Cristo nossa justiça é a sublime mensagem apresentada nas Escrituras Sagradas. Conquanto sejam variadas as formas e frases em que esta mensagem é desdobrada e apresentada, sempre, visto de qualquer perspectiva, o tema central dominante é - Cristo, nossa justiça.
O relato da Criação revela a maravilhosa sabedoria e poder de Cristo, por quem todas as coisas foram criadas. Col. 1:14-16.0 pecado do primeiro Adão, com todas as suas terríveis consequências, é relatado a fim de que Cristo, o último Adão, possa ser proclamado como Redentor e Restaurador. Rom. 5:12-21. A morte com todos os seus terrores é-nos apresentada, para que Cristo possa ser exaltado e glorificado como Aquele que concede vida. I Cor. 15:22. Os desapontamentos, sofrimentos, e tragédias desta vida são relembrados, para que Cristo possa ser buscado como o grande Confortador e Libertador. João 16:33. Nossa natureza pecaminosa, corrupta, é apresentada em cores lúgubres para que se apele a Cristo por limpeza, e para que Ele nos seja em realidade "o Senhor justiça nossa.
Assim se dá por todo o Volume Sagrado - cada fase da verdade desdobrada aponta de algum modo a Cristo como nossa justiça.
Mas a justiça, como assunto de vital importância bem distinto e bem definido, ocupa amplo espaço na Palavra de Deus. Sua fonte, sua natureza, a possibilidade de ser obtida pelos pecadores, e as condições sob as quais pode ser concedida, são apresentadas em grande clareza nesse livro de texto original e de autoridade sobre justificação.
Com respeito à fonte, lemos: "A Ti, ó Senhor, pertence a justiça." Dan. 9:7. "Justo é o Senhor em todos os Seus caminhos." Sal. 145:17. "A Tua justiça é como as montanhas de Deus." Sal. 36:6. "A Tua justiça é justiça eterna." Sal. 119:142. "Porque o Senhor é justo, Ele ama a justiça." Sal. 11:7. "NEle não há injustiça." Sal. 92:15.
Quanto à natureza da justiça, as Escrituras são mais explícitas. É apresentada como o próprio inverso do pecado, associando-se com santidade ou retidão. "Tomai-vos à sobriedade, como é justo, e não pequeis." I Cor. 15:34. "No sentido de que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe segundo as concupiscéncias do engano, e vos renoveis no espírito do vosso entendimento, e vos revistais do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade." Efés. 4:22-24. "O fruto da luz consiste em toda a bondade, e justiça, e verdade." Efés. 5:9. "Segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a constáncia, a mansidão." I Tim. 6:11. "Toda injustiça é pecado." I João 5:17.
Talvez a mais bela e inspiradora declaração sobre a justiça em toda a Palavra de Deus seja a seguinte, que diz respeito a Cristo: "Amaste a justiça e odiaste a iniquidade; por isso Deus, o Teu Deus, Te ungiu com o óleo de alegria como a nenhum dos Teus companheiros." Heb. 1:9. Isto coloca a justiça como antítese, o oposto direto, da iniquidade, ou pecado.
Desse modo a Palavra declara que Deus é a fonte de justiça e que esse é um de Seus santos e divinos atributos.
A questão suprema concernente à justiça de Deus, assunto do mais profundo interesse e consequência para nós, é nossa relaçao pessoal com essa justiça. E a justiça em qualquer medida inata à natureza humana? Se o for, como pode ser cultivada e desenvolvida? Se não, há algum meio de obtê-la? Em caso afirmativo, por que meio, e quando?
Para a mente não instruída e não iluminada pela Palavra de Deus este é um grande, obscuro e sufocante problema. Na tentativa de resolvê-lo o homem tem, certamente, "buscado muitas invenções". Mas incerteza e confusão a respeito de nossa relação para com a justiça de Deus são desnecessárias, pois a verdadeira situação está claramente declarada nas Escrituras da verdade.
As Escrituras declaram que "todos pecaram e carecem da glória de Deus" (Rom 3:23); que cada um de nós é "carnal", vendido à escravidão do pecado" (Rom. 7:14); que "não há justo, nem sequer um" (Rom. 3:10); que em nossa carne "nao habita bem nenhum" (Rom. 7:18); e finalmente, que somos "cheios de toda injustiça" (Rom. 1:29). Isso responde claramente à indagação se a justiça é inerente à natureza humana em qualquer grau. Não é. Pelo contrário, a natureza humana é repleta de injustiça.
Mas nessa mesma Palavra encontramos a boa e feliz notícia de que Deus proveu um meio pelo qual podemos ser limpos de nossa injustiça, e ser revestidos e cobertos com Sua perfeita justiça. Descobrimos que essa provisão foi feita e revelada a Adão tão logo ele caiu de sua elevada e santa condição. Essa provisão misericordiosa tem sido entendida por homens e mulheres desde o próprio começo do feroz e desigual conflito com o pecado, os quais dela se têm valido. Aprendemos isto dos seguintes testemunhos registrados nas Escrituras:
1. Em um de Seus sermões, Cristo Se refere ao segundo filho de Adão, e fala dele como o "justo Abel". Mat. 23:35. E Paulo declara que Abel "obteve testemunho de ser justo". Heb. 11:4.
2. "Disse o Senhor a Noé: Entra na arca, tu e toda a tua casa, porque reconheço que tens sido justo diante de Mim no meio desta geração." Gên. 7:1. Novamente: "Noé era homem justo e íntegro entre os seus contemporâneos; Noé andava com Deus." Gên. 6:9.
3. "Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça." Rom. 4:3.
4. "E livrou o justo Ló, afligido pelo procedimento libertino daqueles insubordinados (porque este justo, pelo que via e ouvia quando habitava entre eles, atormentava a sua alma justa, cada dia, por causa das obras iníquas daqueles)." II Pedro 2:7, 8.
5. De Zacarias e Isabel, que viveram pouco antes do nascimento de Cristo, é dito: "Ambos eram justos diante de Deus, vivendo irrepreensivelmente em todos os preceitos e mandamentos do Senhor." Luc. 1:6.
6. O apóstolo Paulo declara que os gentios aos quais havia pregado o evangelho "buscavam a justiflcação" e "vieram a alcsnçá-la". Rom. 9:30; 6:17-22.
É visto assim que desde a promessa feita a Adão, até o final da era apostólica, houve homens e mulheres por todo esse tempo que lançaram mão da justiça de Deus e tiveram a evidência de que sua vida era agradável a Ele.
Sob Que Condições?
Como foi isso obtido? Sob que condições foi operada esta maravilhosa transação? Deveu-se a que os tempos e condições em que esses homens e mulheres viveram eram favoráveis à justiça? Ou deveu-se às qualidades especiais e superiores inerentes àqueles que atingiram os elevados patamares da santidade?
Todos os registros das épocas e dos indivíduos apontam a uma resposta negativa. Eram pessoas com natureza semelhante à nossa, e o ambiente que os circundava "atormentava" sua alma justa a cada dia. II Pedro 2:7, 8. Obtiveram a valiosa bênção da justiça da maneira, a única maneira, que tem sido possível conseguir desde que Adão pecou.
A forma de tornar-se justo recebe grande destaque no Novo Testamento. A mais clara e completa exposição é encontrada na epístola de Paulo aos Romanos. Bem no início de sua argumentação o apóstolo declara: "Não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê. ... Visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo viverá por fé." Rom. 1:16, 17.
É o evangelho que revela aos homens a perfeita justiça de Deus. O evangelho também revela a maneira por que essa justiça pode ser obtida por homens pecadores, ou seja, pela fé. Isso é apresentado em maior extensão na declaração seguinte: "Ninguém será justificado [tido por justo] diante dEle por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado. Mas agora, sem lei [obras da lei], se manifestou a justiça de Deus testemunhada [aprovada, aceita] pela lei e pelos profetas; justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos [e sobre todos] os que crêem." Rom. 3:20-22.
Na primeira parte desta declaração, o apóstolo revela a parte que a lei desempenha no problema da justificação. "Pela lei vem o pleno conhecimento do pecado." Conhecimento do pecado; não libertação do pecado. A lei aponta ao pecado. Ao fazê-lo declara que o mundo inteiro se apresenta culpado diante de Deus. Romanos 3. Mas a lei não pode livrar do pecado. Nenhum esforço do pecador para obedecer à lei pode cancelar sua culpa ou transmitir-lhe a justiça de Deus.
Essa justiça, declara Paulo, é "mediante a fé em Jesus Cristo ... a quem Deus propôs, no Seu sangue, como propiciação [sacrifício expiatório], mediante a fé, para manifestar a Sua justiça, por ter Deus, na Sua lerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos." Rom. 3:22-25.
E por meio da fé no sangue de Cristo que todos os pecados do crente são cancelados e a justiça de Deus é posta no lugar deles para crédito do crente. Oh, que maravilhosa transação! Que manifestação de amor e graça divinos. Eis aqui um homem nascido em pecado. Como Paulo diz, ele está "cheio de toda injustiça". Sua herança de maliguidade é a pior que se possa imaginar. Seu meio ambiente está nos mais baixos níveis conhecidos dos iníquos. De algum modo, o amor de Deus resplandecendo da cruz do Calvário alcança o coração desse homem. Ele se entrega, se arrepende e confessa, e pela fé reclama a Cristo como Seu Salvador. No instante em que isso se passa ele é aceito como filho de Deus. Seus pecados são todos perdoados, sua culpa é cancelada, ele é considerado justo e se apresenta aprovado, justificado, perante a lei divina. E essa maravilhosa e milagrosa mudança pode ocorrer num breve momento. Isto é justficação pela fé.
Tendo feito estas declarações vigorosas e objetivas quanto ao modo de se tornar justo, o apóstolo ilustra então a verdade declarada com um caso concreto. Ele toma a experiencia de Abraão como exemplo. "Que, pois, diremos ter alcançado Abraão, nosso pai segundo a carne?" Rom. 4:1.
Adiantando a resposta, ele acrescenta: Abraão havia encontrado justiça. Mas como, por que método? Paulo nos diz: "Se Abraâo foi justificado [considerado justo] por obras, tem de que se gloriar, porém não diante de Deus." Rom. 4:2.
Tornado justo por obras é uma sugestão, uma proposta - se tal coisa pudesse se dar. E esta a maneira pela qual se obtém justificação?
"Pois, que diz a Escritura? Abraâo creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça." Rom. 4:3.
Esta declaração estabelece para sempre o meio pelo qual Abraão obteve a justiça de Deus. Não foi por obras; foi pela fé.
O Método de Abraão, o Único Válido
Tendo estabelecido a questão de como Abraão se assegurou da justiça de Deus, Paulo prossegue, demonstrando ser esse o único método pelo qual qualquer outra pessoa pode obter justificação.
"Mas ao que não trabalha, porém crê nAquele que justifica ao ímpio, a sua fé lhe é atribuida como justiça." Rom. 4:5.
Que bondade! Que grande compaixão! O Senhor, que é "justo em todos os Seus caminhos", oferece Sua própria justiça perfeita para todo e qualquer pobre, fraco, impotente e desesperançado pecador que creia no que Ele diz. Leiamos de novo: "Ao que não trabalha, porém crê nAquele... sua fé lhe é atribuida como justiça."
Tão importante, tão fundamental é este meio de obter justificação que o apóstolo continua por todo esse capítulo repetindo e ressaltando e tornando a todos evidente o que tornara tão claro em poucas palavras. Eis algumas de suas declarações:
"E é assim também que Davi declara ser bem-aventurado o homem a quem Deus atribui justiça, independentemente de obras." Rom. 4:6.
"Visto que dizemos: A fé foi imputada a Abraão para justiça." Rom. 4:9.
"Estando plenamente convicto de que ele era poderoso para cumprir o que prometera. Pelo que isso lhe foi também imputado para justiça. E não somente por causa dele está isso escrito que lhe foi levado em conta, mas também por nossa causa, posto que a nós igualmente nos será imputado, a saber, a nós que cremos nAquele que ressuscitou dentre os mortos a Jesus nosso Senhor, o qual foi entregue por causa das nossas transgressões, e ressuscitou por causa da nossa justificação." Rom. 4:21-25.
Esta afirmação clara e positiva revela a toda alma perdida, por todo o tempo, o único meio de escape do pecado e culpa e condenação rumo à justificação e libertação da morte e condenação. Com ela concordam todas as outras
declarações das Escrituras concernentes a este grande problema de tornar-se justo.
As três palavras "justificação pela fé" expressam a mais maravilhosa transação neste mundo material que o intelecto humano pode alcançar. Elas expressam o mais elevado dom que Deus, em Sua infinita plenitude, poderia conceder à humanidade. O grande fato comunicado por esta frase de três palavras tem sido estudado, exposto e tem sido fonte de regozijo para milhões durante eras passadas. E ainda tema do mais sublime interesse e da mais elevada importância para a familia humana.
Passando em revista estas declarações, descobrimos:
Que a lei de Deus requer justiça de todos quantos estão sob sua jurisdição. Mas por causa da transgressão todos se tornaram impossibilitados de oferecer a justiça que a lei exige. Que deve, então, fazer o pecador? Sua transgressão da justa lei de Deus tornou-o injusto. Isto o traz sob a condenação dessa lei. Sendo condenado, a penalidade de sua transgressão deve ser paga. A penalidade é morte. Ele tem um débito que requer sua vida. Está sob uma condenação que jamais poderá remover. Enfrenta uma penalidade de que jamais poderá escapar. Que pode fazer? Haveria alguma escapatória de sua negra e desesperançada situação? Sim, há.
"Mas agora, sem lei, se manifestou a justiça de Deus testemunhada [aprovada e aceita] pela lei e pelos profetas; justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos [e sobre todos] os que crêem." Rom. 3:21, 22.
Isto revela o meio de preencher os requisitos da lei, e declara enfaticamente que a única maneira é fazê-lo "pela fé". Para a mente natural, não iluminada, esta solução do negro problema é um mistério. A lei requer obediência; exige atos justos nas atividades da vida. Como podem tais exigências ser atendidas pela fé, em vez de sê-lo pelas obras? A resposta é dada em palavras claras: "Sendo justificados gratuitamente, por Sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus; a quem Deus propõs, no Seu sangue, como propiciação [um sacrificio expiatório], mediante a fé, para manifestar a Sua justiça, por ter Deus, na Sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos." Rom. 3:24, 25.
Que extraordinária solução para o terrível problema do pecado! Somente nosso Pai infinito, onisciente e compassivo poderia e estaria disposto a prover tal solução. Somente escritos inspirados poderiam revelá-la. E esta maneira de tornar um pecador em santo é encontrada somente no imaculado evangelho de Cristo.
"Pela fé ele [o pecador, que ofendeu tão gravemente a Deus] pode levar a Deus os méritos de Cristo, e o Senhor coloca a obediência de Seu Filho a crédito do pecador. A justiça de Cristo é aceita em lugar da falha do homem." - Review' and Herald, 4 de novembro de 1890.
Cristo veio a este mundo como nosso. Redentor. Ele Se tornou nosso substituto. Tomou nosso lugar no conflito com Satanás e o pecado. Foi tentado em todos os pontos, como nós, mas nunca pecou. Ele amava a justiça e odiava a iniquidade. Sua vida de perfeita obediência atendeu aos mais elevados requisitos da lei. E o maravilhoso disso é que Deus aceita a justiça de Cristo em lugar de nossas falhas, nossa injustiça!
Nessa divina transação, "Deus recebe, perdoa, justifica, ... e o ama [o pecador] como ama a Seu Filho." - Ibid. Não admira que Paulo proclamasse por todo o mundo que foi o amor de Cristo que o motivou em seus árduos labores, e ele considerou um grande privilégio e alegria sofrer a perda de todas as coisas para que pudesse ganhar a Cristo e permanecer revestido de Sua justiça, a qual é imputada ao pecador mediante a fé.
Assim é explicado exatamente como a fé toma o lugar das obras e é contada por justiça. Esta maravilhosa verdade deveria ser perfeitamente clara a todo crente; e deve tornar-se experiência pessoal. Deveria capacitar-nos a deixar nossas próprias obras, esforços e lutas e avançar para uma fé viva, confiante e serena nos méritos, obediência e justiça de Cristo. Isto podemos apresentar a Deus em lugar de nossas falhas. Devemos alegremente aceitar o perdão e justificação concedidos, e experimentar agora a paz e alegria que tão maravilhosa transação é capaz de trazer a nossos corações.
"Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus, por meio de nosso Senhor Jesus Cristo." Rom. 5:1.
Muitos Perderam o Caminho
Quão estranho e triste é que esta simples e bela avenida para a justiça pareça tão difícil para o coração natural, carnal, encontrar e aceitar. Foi uma grande tristeza para Paulo que Israel, seu povo segundo a carne, perdesse o caminho de forma tão fatal. Ele disse: "Israel que buscava lei de justiça não chegou a atingir essa lei. Por quê? Porque não decorreu da fé, e, sim, como que das obras." Rom. 9:31, 32.
Por outro lado, "os gentios", que não buscavam a justificação vieram alcançá-la, todavia a que decorre da fé." Rom. 9:30.
Agora o apóstolo revela o verdadeiro segredo do fracasso de Israel:' 'Porquanto, desconhecendo a justiça de Deus, e procurando estabelecer a sua própria, não se sujeitaram à que vem de Deus. Porque o fim da lei é Cristo [aquele a quem a lei aponta] para justiça de todo aquele que crê."
Finalmente, o apóstolo encerra sua exposição deste tema sublime com as palavras asseguradoras: "Porém, que se diz? A palavra esta perto de ti, na tua boca e no teu coração; isto é, a palavra da fé que pregamos. Se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus O ressuscitou dentre os mortos, seras salvo. Porque com o coração se crê para justiça, e com a boca se confessa a respeito da salvação." Rom. 10:8-10.
"Justificação pela fé" não é uma teoria. As pessoas podem sustentar uma teoria a respeito, e ao mesmo tempo ser "ignorantes da justiça de Deus e continuar tentando estabelecer sua própria justiça.'' ''Justificação pela fé'' é uma transação, uma experiência. É o submeter-se à "justiça de Deus". É uma mudança de postura diante de Deus e Sua lei. É uma regeneração, um novo nascimento. Sem esta mudança, não pode haver esperança para o pecador, pois ele permanecerá sob a condenação da santa e imutavel lei de Deus; sua terrível penalidade ainda pairará sobre sua cabeça.
Quão essencial parece, então, que cheguemos a conhecer, por clara e positiva experiência, que esta grande e vital transação chamada "justificaçao pela fé" operou em nosso coração e vida pelo poder de Deus. Somente então podemos na verdade proferir a oração do Senhor, dizendo: "Pai nosso, que estas no Céu, santificado seja o Teu nome."
"Este nome é santificado pelos anjos no Céu, pelos habitantes dos mundos não caídos. Quando orais: 'Santificado seja o Teu nome', pedis que seja santificado neste mundo, santificado em vós. Deus vos reconheceu como Seu filho, perante homens e anjos, orai para que não desonreis 'o bom nome que sobre vós foi invocado'. S. Tiago 2:7. Deus vos envia ao mundo como representantes Seus. Em cada ato da vida deveis tornar manifesto o nome de Deus. Esta petição é um convite para que possuais o caráter dEle. Não Lhe podeis santificar o nome, nem podeis representa-Lo perante o mundo, a menos que na vida e no caráter representeis a própria vida e caráter de Deus. Isto só podereis fazer mediante a aceitação da graça e justiça de Cristo." - O Maior Discurso de Cristo, pag. 107.
Do Livro:” CRISTO NOSSA JUSTIÇA” de Arthur G. Daniells
A MENSAGEM DO TERCEIRO ANJO EM VERDADE
Uma séria indagação surgiu na mente de alguns que ouviram a mensagem de Justificação Pela Fé, apresentada na Assembléia de Mmneapolis, sobre a relação dessa mensagem com a do terceiro anjo. Em sua perplexidade, alguns escreveram à Sra. E. G. White solicitando-lhe uma manifestação de seu pensamento a respeito.
No que concerne e esta inquirição e sua resposta, temos sua declaração publicada que é a seguinte:
"Várias pessoas me escreveram perguntando se a mensagem de justificação pela fé é a mensagem do terceiro anjo, e respondi-lhes: 'É verdadeiramente a mensagem do terceiro anjo.' "- Review and Herald, 1 de abril de 1890.
Há mais nesta declaração do que uma breve, clara e positiva resposta a uma pergunta. Ela tem sentido profundo e vital. Soa como uma séria vertência, e faz um apelo inteligente e ardente a todo o que crê na mensagem do terceiro anjo. Dediquemos cuidadoso estudo à declaração.
Justificação pela fé, afirma-se, é "a mensagem do terceiro anjo em verdade". As palavras "em verdade" significam, de fato, na realidade, com toda certeza.
Isso significa que a mensagem de justificação pela fé e a mensagem do terceiro anjo são idênticas em propósito, escopo e resultados.
Justificação pela fé é o modo divino de salvar pecadores; Sua maneira de convencer os pecadores de sua culpa, sua condenação, e condição inteiramente perdida e desesperançada. E também a forma divina de cancelar a culpa, livrando os homens da condenação de Sua divina lei, e dando-lhes um novo posicionamento perante Ele e Sua lei santa. A justificação pela fé é a maneira de Deus transformar homens e mulheres fracos e pecadores em cristãos fortes, vitoriosos e justos.
Agora, se é verdade que a justificação pela fé é a "terceira mensagem angélica em verdade" -de fato, na realidade - deve dar-se que a compreensão e apropriação da terceira mensagem angélica tenha por desígnio realizar naqueles e por aqueles que a recebem a plena obra de justificação pela fé. Que tal é seu propósito, torna-se evidente a partir das seguintes considerações:
1. A grande mensagem tríplice de Apocalipse 14, que designamos pela expressão "a mensagem do terceiro anjo", é tida por "evangelho eterno". Apoc. 14:6.
2. A mensagem traz o solene anúncio de que "é chegada a hora de Seu juízo"
3. Ela admoesta a todos quantos vão encontrar-se com Deus em Seu grande tribunal, para serem julgados por Sua justa lei, a temerem "a Deus" e dar-Lhe "glória," e adorarem "Aquele que fez o céu, e a terra e o mar". Verso 7.
4. 0 resultado, ou fruto, desta mensagem de advertência e recomendação é o desenvolvimento de um povo a respeito do qual é declarado:
"Aquí está a perseverança dos santos, os que guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus." Verso 12.
Em tudo isso temos o fato da justificação pela fé. A mensagem é o evangelho de salvação do pecado, condenação, e morte. O juízo traz os homens e mulheres face a face com a lei de justiça, pela qual deverão ser julgados. Devido a sua culpa e condenação, são advertidos a temer a Deus e adorá-Lo. Isto envolve convicção de culpa, arrependimento, confissão e renúncia. Esta é a base do perdão, purificação, e justificação. Aqueles que passam por esta experiência introduziram em seu caráter a doce e bela graça da paciência, numa época de difundida irritabilidade e temperamentos incendiários que têm destruído a paz, a felicidade, e a segurança da raça humana. O que é isto senão justificação pela fé? A Palavra declara que, sendo justificados pela fé, "temos paz com Deus, por meio de nosso Senhor Jesus Cristo". Rom. 5:1.
Contudo, há ainda mais, pois esses crentes 'guardam os mandamentos de Deus". Experimentaram a maravilhosa mudança do ódio e transgressão da lei de Deus, para o amor e observância de seus justos preceitos. Sua condição diante da lei foi mudada. Sua culpa foi cancelada; sua condenação removida, e a sentença de morte anulada. Tendo aceito a Cristo como Salvador, receberam Sua justiça e Sua vida.
Essa maravilhosa transformação pode ser operada somente pela graça e poder de Deus, e é operada somente por aqueles que lançam mão de Cristo como seu substituto, penhor e Redentor. Portanto, é declarado que "guardam... a fé de Jesus Isso revela o segredo de sua experiência rica e profunda. Eles lançam mão da fé de Jesus - aquela fé pela qual Ele triunfou sobre os poderes das trevas.
"Quando o pecador crê que Cristo é seu Salvador pessoal, então, segundo Suas infalíveis promessas, Deus perdoa seus pecados e o justifica gratuitamente. A alma arrependida reconhece que sua justificação se dá porque Cristo, como seu substituto e penhor, morreu por ele, como sua expiação e justificação." - Review and Herald, 4 de novembro de 1890.
Como já assinalado, encontramos nas experiências daqueles que triunfam na mensagem do terceiro anjo todos os fatos da justificação pela fé:. Por esta razão, é bem verdade que a justificação pela fé é a "mensagem do terceiro anjo em verdade Seria de bom alvitre aqui chamar a atenção para o fato de que tanto a justificação pela fé quanto a mensagem do terceiro anjo são o evangelho de Cristo em verdade. Isto é tornado evidente por uma declaração do apóstolo Paulo, que declara que o "evangelho ... é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê. ... visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé". Rom. 1:16, 17.
Os fatos aqui apresentados são:
1. 0 evangelho é uma manifestação do poder de Deus em operação, livrando os pecadores de seus pecados e implantando neles Sua própria justiça.
2. Isto, porém, é feito somente naqueles que crêem.
3. Isto é tornar justo, pela fé.
4. E este é o propósito tanto da mensagem de justificação pela fé quanto da mensagem do terceiro anjo.
Qual, então, é a importante lição a ser obtida da declaração que tivemos para análise? Que advertência ela oferece? Claramente, o seguinte: Que todos quantos aceitam a mensagem do terceiro anjo devem passar pela experiência da justificação pela fé. Devem ter a Cristo revelado para eles e neles. Devem saber por experiência pessoal a obra de regeneração. Devem ter mais plena garantia de que nasceram de novo, a partir do alto, e que passaram da morte para a vida. Devem saber que sua culpa foi cancelada, que foram livrados da condenação da lei, e assim estão prontos para aparecer perante o trono do juízo de Cristo. Devem saber por experiência vitoriosa que lançaram mão da "fé de Jesus" e são por ela mantidos, e que por esta fé são capacitados a observar os mandamentos de Deus.
Deixar de passar por esta experiência será perder de vista a virtude redentora real e vital da mensagem do terceiro anjo. A menos que tal experiência seja obtida, o crente terá somente a teoria, as doutrinas, as formas e atividades da mensagem. Isso se provará um erro fatal e terrível. A teoria, as doutrinas, mesmo as mais zelosas atividades da mensagem, não podem salvar do pecado, nem preparar o coração para defrontar a Deus em juízo.
É com respeito ao perigo de cometer este erro fatal que somos advertidos. O formalismo - ter " a forma de conhecimento e da verdade na lei'', sem ter uma experiência real em Cristo - é a rocha oculta que tem despedaçado incontáveis milhares de professos seguidores de Cristo. E contra esse perigo que somos seriamente advertidos.
Há, contudo, mais do que advertência nesta declaração. Há um apelo um ardente e insistente apelo para entrar em comunhão com Cristo Jesus, nosso Senhor. Há um apelo às mais elevadas altitudes da experiência cristã. Há a garantia de que, quando justificados pela fé, temos paz com Deus, e seremos capazes de regozijar-nos continuamente na esperança da glória de Deus. Há a promessa de que não seremos envergonhados por derrota em nosso conflito com o pecado, porque o amor de Deus tem sido derramado amplamente em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado. Rom. 5:1-5.
Quem dera que todos acatássemos tanto a advertência quanto o apelo que nos advieram de modo aparentemente tão estranho, contudo impressionante, na assembléia de 1888! Quanta incerteza não seria removida, quantos desvios, derrotas e perdas não teriam sido impedidos! Que luz, bênção, triunfo e progresso não nos teriam chegado! Mas graças sejam dadas Aquele que nos ama com amor infinito, que não é demasiado tarde mesmo agora para responder de todo coração à advertência, bem como ao apelo, e receber os grandes benefícios providos.
Do Livro:” CRISTO NOSSA JUSTIÇA” de Arthur G. Daniells
Alerta contra o grande perigo do formalismo
Os testemunhos do Espírito de Profecia, que foram recebidos durante o ano de 1887, advertiam do perigo. Indicavam repetidamente um mal especifico, um engano em que a igreja estava caindo. Esse engano foi apontado como o erro fatal de resvalar para o formalismo; a substituição de formas, cerimônias, doutrinas, maquinarios e atividades por essa experiência de coração que vem somente mediante comunhão com Cristo Jesus, nosso Senhor.
"A observância de formas exteriores nunca atenderá à grande necessidade da alma humana. Uma mera profissão de Cristo não é suficiente para preparar alguém para defrontar a prova do juízo- Review and Herald, 25 de janeiro de 1887.
Vez após vez, por todo o ano, mensagens continuavam a aparecer dizendo-nos que o formalismo estava invadindo a igreja; que estávamos confiando demasiado em formas, cerimônias, teorias, arranjos mecânicos e num constante fluxo de atividades. Logicamente essas mensagens eram verdadeiras, e deviam causar profunda impressão. Mas o formalismo é por demais enganoso e destrutivo. E a rocha oculta, de que não se suspeita, sobre que, ao longo dos séculos, a igreja tantas vezes tem quase naufragado. Paulo nos adverte de que a "forma de piedade" sem o poder de Deus será um dos últimos perigos dos últimos dias, e admoesta a que nos desviemos para longe desse enganoso e enfeitiçante elemento. Vez após vez, e mediante variados canais, Deus envia advertências a Sua igreja para escapar do perigo de formalismo.
Foi precisamente contra este perigoso engano que o Espírito de Profecia fez repetidas advertências em 1887; e foi para salvar-nos de seus resultados plenos que a mensagem de Justificação Pela Fé nos foi enviada.
Este movimento é de Deus. Está destinado a triunfar gloriosamente. Sua organização tem o endosso do Céu. Seus departamentos são as rodas dentro das rodas, todas unidas harmoniosamente; mas são incompletas e parciais sem o Espírito dentro das rodas comunicando poder e resultados rápidos. Essas rodas se compõem de homens e mulheres. Deus batiza homens e mulheres, não movimentos; e quando os homens recebem o poder do Espírito em sua vida, então o belo maquinário avança em rápida movimentação para cumprir sua tarefa designada. Isto deve ser reconhecido coletivamente. Quão imperativa, pois, é nossa necessidade da provisão de Deus!
Do Livro:” CRISTO NOSSA JUSTIÇA” de Arthur G. Daniells
Comunhão com Cristo
"Há uma vasta diferença entre uma pretensa união e uma ligação real com Cristo pela fé. Uma profissão de religião coloca homens na igreja, mas isto não prova que eles tenham uma ligação vital com a Videira viva.... Quando esta intimidade de ligação de comunhão é formada, nossos pecados são postos sobre Cristo, Sua justiça é-nos imputada. Ele foi feito pecado por nós, para que pudéssemos ser feitos justiça de Deus nEle.
Esta mensagem conduz-nos ao próprio coração do evangelho - união com Cristo. Homem algum pode vencer o pecado a não ser por esta união. Pela união com Cristo, nossos pecados são lançados sobre Ele, e Sua justiça nos é imputada. Isso é realidade, não forma ou cerimônia. Não é ligação com a igreja como membro, nem assentimento intelectual de teorias e dogmas.
A união com Cristo é uma realidade satisfatória em tudo quanto diz respeito à vida cristã. Nisso jaz nossa segurança. Essa foi nossa grande necessidade em 1887, e para conduzir-nos a essa experiência o Senhor enviou a mensagem de Justificação Pela Fé.
Do Livro:” CRISTO NOSSA JUSTIÇA” de Arthur G. Daniells
O Único Caminho Verdadeiro
"Devemos estudar a vida de nosso Redentor, pois Ele é o único exemplo perfeito para os homens. Devemos contemplar o infinito sacrifício do Calvário, e considerar a tremenda malignidade do pecado e a justiça da lei. Saireis de um concentrado estudo do tema da redenção fortalecidos e enobrecidos. Vossa compreensão do caráter de Deus será aprofundada; e com o inteiro plano de salvação claramente definido em vossa mente, estareis melhor habilitados para cumprir vossa divina comissão. Com um senso de plena convicção podereis então testificar aos homens do imutável caráter da lei manifesto pela morte de Cristo sobre a cruz, da maligna natureza do pecado, e da justiça de Deus ao justificar o crente em Jesus sob a condição de sua futura obediência aos estatutos do governo de Deus no Céu e na Terra." - Review and Herald, 24 de abril de 1888.
Do Livro:” CRISTO NOSSA JUSTIÇA” de Arthur G. Daniells
Jesus está à porta do seu coração e bate!
"Não é suficiente estar familiarizados com os argumentos da verdade somente. Deveis encontrar as pessoas mediante a vida que está em Jesus. Vossa obra se fará plenamente bem-sucedida se Jesus estiver habitando em vós, pois Ele disse: 'Sem Mim nada podeis fazer'. Jesus permanece batendo à porta de vossos corações sem cessar e, mesmo assim, muitos dizem continuamente: 'Não posso achá-Lo.' Por que não? Ele diz: 'Eis que estou à porta e bato.' Por que não abris a porta e dizeis: 'Entra, querido Senhor'? Sinto-me tão contente por estas simples instruções quanto à maneira de encontrar Jesus! Não fosse por elas, não saberia como encontrar Aquele cuja presença tanto almejo. Abri a porta agora, e esvaziai o templo da alma dos vendedores e compradores, e convidai o Senhor a entrar. Dizei-Lhe: 'Amar-Te-ei com toda a alma. Operarei as obras de justiça. Obedecerei à lei de Deus.' Então sentireis a serena presença de Jesus."- Review and Herald, 28 de agosto de 1888.
Do Livro:” CRISTO NOSSA JUSTIÇA” de Arthur G. Daniells
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“CRISTO NOSSA JUSTIÇA”
O Retorno do 4º Anjo
10 GRANDES Verdades Sobre 1888!
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A justificação pela fé dada por Deus em Jesus Cristo
Romanos 3:21-31
21. Mas agora se manifestou sem a lei a justiça de Deus, tendo o testemunho da lei e dos profetas;
22. Isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre todos os que crêem; porque não há diferença.
23. Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus;
24. Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus.
25. Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus;
26. Para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e justificador daquele que tem fé em Jesus.
27. Onde está logo a jactância? É excluída. Por qual lei? Das obras? Não; mas pela lei da fé.
28. Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé sem as obras da lei.
29. É porventura Deus somente dos judeus? E não o é também dos gentios? Também dos gentios, certamente,
30. Visto que Deus é um só, que justifica pela fé a circuncisão, e por meio da fé a incircuncisão.
31. Anulamos, pois, a lei pela fé? De maneira nenhuma, antes estabelecemos a lei.